Simplesmente
Não te quero os beijos, não te quero os suspiros, não te quero a subtileza, não te quero o amor, não te quero. Quero-te a dureza das palavras que me espetam o silêncio, como agulha na carne e mesmo assim não me interessam. Quero saber que não te interessa o meu silêncio. Sentir a dança que nos embala os corpos, sentir, sentir, sentir...sem que a alma seja convidada. Quero ficar com o corpo marcado, tão fundo como trago a alma. Quero esquecer os poemas que não me trazem o sorriso, ignorar as palavras que não me afagam a lagrima, revoltar-me contra o silêncio e soltar um grito. Quero amar não te amar. No fim não me abraces, não me perguntes, não tentes partilhar um cigarro...no fim abandona-me o corpo, que na minha alma não quero ninguém. Deixa que o fim seja só isso mesmo, o fim. Nada mais quero a não ser o prazer de não sentir a alma, enquanto me lateja o corpo. |