silênciospalavras

a sedução das palavras...e o descobrir do silêncio

Thursday, March 23, 2006

Se...

Se eu nunca acreditei em nada, se raramente acreditei no amor, se os fantasmas da minha solidão nunca me abandonaram, se hoje nada parece fazer sentido, se passamos cada segundo a tentar afundar o que sentimos um pelo outro, em corpos que desejamos no imediato…
Se nunca conseguimos aniquilar este nosso sentir, que tão depressa se torna numa força, como nos leva a uma qualquer paz…
Se o tempo parasse e eu voltasse a ser de ninguém, se o sol desaparecesse e eu ficasse na escuridão do meu eu, se eu não tivesse tropeçado no teu olhar…mesmo assim era impossível não te amar.
Se vais embora não faz sentido pedir-te o contrário, se vais embora deixa que eu também parta. Mas tu sabes, e eu finjo não saber, nunca seremos felizes um sem o outro. Tu dizes e eu calo, mesmo sabendo que te amo, mesmo sabendo que tu és o imperfeito homem da minha vida.
A vida é feita de demasiadas encruzilhadas, nós somos demasiados curiosos para não tentar viver todos os caminhos. Não preciso de alguém que me diga que eu sou a única e que quer ficar comigo para sempre.
Amo o nosso amor porque nunca foi inocente, é feito de tudo o que vivemos, de escolhas, de encruzilhadas, de outras pessoas por quem nos apaixonamos, de outras que quisemos na pele, de certezas e fraquezas.
Sabes o que quero de alguém?
Que me digam: vivi tanto e tenho outro tanto para viver, apaixonei-me por outras pessoas, talvez venha a desejar outras tantas, talvez venha a pôr este nosso nós em causa, mas tu és aquela que quero que não seja minha, aquela em que me deitarei para amar até ao fim do amor, aquela que não esperou mais de mim do que aquilo que sou.
Sou incapaz de me fazer tua porque não sei amar assim, mas também sou incapaz de um dia deixar de ser parte de ti.
Talvez seja tudo o que não queres, talvez sejas tudo o que nunca quis, mas nós somos tudo o que nos faz felizes.
Talvez seja isso o amor…aceitar a imperfeição para alcançar a felicidade.

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