silênciospalavras

a sedução das palavras...e o descobrir do silêncio

Wednesday, March 15, 2006

Hoje

E hoje tu voltaste, a querer o meu refúgio, a querer o meu abraço, as minhas palavras. E hoje tu não resististe a querer-me a mim, vi nos teus olhos o que vi durante tanto tempo, o que procurei nos últimos meses e achei que se tinha perdido num canto labiríntico de ti…o teu amor por mim.
Voltei a ver os teus medos, as tuas indecisões, os teus pensamentos transparentes, como de resto sempre foram para mim. Voltei a sentir-te tão perto que por momentos me esqueci que tinhas partido e os porquês dessa partida. Mas ela existiu e por mais vontade que eu tivesse de ficar em ti, uma vez mais, até ao fim do sempre, não o fiz. Tu és tudo o que eu sempre soube que tu eras, mas neste momento tu és tudo o que eu não te conheço, porque eu não sei esquecer tudo o que aconteceu. Sei perdoar, sei continuar a amar-te, mas esquecer não sei. Da mesma forma que já não sei qual o meu lugar na tua vida.
Já não me arrasto de dor pelo chão, já não choro como sempre neste tempo todo, já não lamento o fim, já não questiono os porquês. Quero viver, mesmo que hoje só me tenha apetecido ficar a teu lado, mesmo que hoje só me tenha apetecido satisfazer a tua vontade, mesmo que hoje quase tenha fraquejado.
Seria mais fácil contigo a meu lado, mas eu vou continuar, estejas ou não a meu lado, porque esta é a minha génese, viver, e ninguém, nem mesmo tu, poderá parar isto para sempre.
Agora deito-me na cama nua, porque ela sempre ficou assim desde que te conheceu, deito-me no frio de não estares, mas no quente de ter tomado uma decisão e a levar até ao fim. Mais do que o teu corpo, quero a minha alma, e não me posso dar ao luxo de deitar tudo a perder por ti.
Um dia voltarás, um dia quando eu deixar que o faças.
Faltas-me tu, mas sou feliz comigo e isso é o mais importante da vida.

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