silênciospalavras

a sedução das palavras...e o descobrir do silêncio

Monday, February 20, 2006

Mais um dia

Esperei por ti, mais um dia, mais uma noite, mais um copo que caiu no chão, mais um olhar que não me acalmou, mais um tocar que não me fez sorrir, mais uma música que não me faz dançar, mais uma conversa que ficou por terminar.
Mais um momento que se adiou, no medo, o teu e o meu, de que o fim seja o nosso próximo passo. Eu vou-te atirando com olhares de um fim anunciado, mas esqueço-me que me conheces o coração e a alma como ninguém.
Medo envolto em cobardia, a tua e a minha, de uma conversa que não queres ter, que eu própria adoraria evitar, mas que é inevitável.
Será a conversa inevitável, ou será ou fim que o é?
Devias ter vindo logo, quando cai no chão, levantar-me com o teu olhar, devias ter vindo logo, quando me faltou o ar para respirar, dar-me o único ar que quero que entre em mim, o do teu carinho.
Mas não vieste, nem vens, nem sei porquê. Não sei se não o sabes fazer…mas é tão fácil. Não sei se para ti eu não o mereço…mas um nós merece tudo. Não sei se não sabes lutar…mas é tão triste deixar tudo sair de nós.
Tudo o que te escrevi, tudo o que te disse, tudo o que vivi contigo, tudo o que sei que és, tudo o que eu adoro, tudo o que odeio em ti, deste tudo de nada me arrependo. Tenho a certeza de cada palavra que te dei, de cada olhar, de cada sorriso, mas agora és tudo o que não sei ver em ti, és tudo o que eu nunca quis ter em mim.
Não existe maior traição do que aquela que nos trai a nos próprios. E tu traíste tudo o que eu era para ti. Ou será que só traíste tudo o que eu pensei ser para ti?
Tantas perguntas, tantas que não têm resposta, algumas porque não mas queres dar, outras porque nem tu as saberás. Tantas perguntas, aquelas que não quero fazer, aquelas que me doem mais, aquelas que as respostas me fazem abandonar-te para sempre. Tantas perguntas que me fazem cair, cair de um sonho que sempre foi imperfeito, e hoje é simplesmente irreal.
Onde estás?
Onde queres que eu fique?
Onde foi que arrumaste tudo o que já fomos?
Onde foi que nos esqueceste?

2 Comments:

Blogger Unknown said...

Não sei se é a conversa o inevitável, mas tenho a certeza que pelo menos por agora o fim é impossivel!
Dizes que não existe maior traição do que aquela que nos trai a nós próprios... concordo inteiramente! Não digo vai lá e tenta tu porque sei que ja o fizeste, mas não estarás a trair-te a ti própria e a tudo o que sentes se "perderes a paciência e o mandares dar uma volta" como disseste hoje?
Não estarás a trair essa vontade de lutar por um "nós" que épor demais evidente em tudo o que escreves?
às vezes há coisas que queremos fazer e que se calhar racionalmente seriam as mais acertadas... só que muitas das vezes essas mesmas "coisas" são "traições" ao que sentimos...
(não que eu tenha moral alguma... lol)... esta última parte foi so pa suavizar o tom sério da coisa!!!

beijinho

21 February, 2006 00:37  
Blogger Unknown said...

ah! e não é o facto de te afastares e expulsár alguém da tua vida que te vai dar as respostas que queres...
tinha-m esquecido disto:)

beijinho

21 February, 2006 00:39  

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